By Claudio Erlichman. With dramaturgy by Rabbi Nilton Bonder and original score by Carlinhos Brown, the production will run from May 13th to 29th, at Teatro Sergio Cardoso
Laurence Olivier Awards winner Deborah Colker has devoted her time in recent years to finding a cure. In this case, a solution to the genetic disease that his grandson has, epidermolysis bullosa. From this personal anguish, the new work of the Cia. de Dança Deborah Colker was born, a show that goes far beyond the autobiographical aspect. Cura (Healing) is about science, faith and the struggle to overcome and accept our limits, facing discrimination and prejudice.
Deborah Colker dedicou seu tempo, nos últimos anos, a buscar uma cura. No caso, uma solução para a doença genética que seu neto possui, a epidermólise bolhosa. Dessa angústia pessoal nasceu o novo trabalho da Cia. de Dança Deborah Colker, um espetáculo que vai muito além do aspecto autobiográfico. "Cura" trata de ciência, da fé e da luta para superar e aceitar os nossos limites, do enfrentamento da discriminação e do preconceito.
Com dramaturgia do rabino Nilton Bonder e trilha original de Carlinhos Brown, Cura estreou em 6 de outubro de 2021, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e passou por nove cidades, com um total de 48 apresentações, e um público total de 50 mil pessoas. A turnê de 2022 iniciou com temporada no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, entre 27 de janeiro e 20 de fevereiro, com grande sucesso. Após uma turnê nacional que passou por dez cidades, a montagem chega a São Paulo para temporada de 13 a 29 de maio (das quartas aos domingos), no Teatro Sergio Cardoso - Sala Nydia Licia. A compra pode ser feita na bilheteria do Teatro Sergio Cardoso ou pelo site https://www.sympla.com.br.
Deborah Colker concebeu o projeto em 2017, mas foi no ano seguinte, com a morte de Stephen Hawking, que encontrou o conceito. Embora acometido por uma doença degenerativa, a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica), o cientista britânico viveu até os 76 anos e se tornou um dos nomes mais importantes da história da física. Deborah percebeu que há outras formas de cura além das que a medicina possibilita. "Quando foi diagnosticado, os médicos deram a Hawking três anos de vida. Ele viveu mais 50, criativos e iluminados. Entendi o que é a cura do que não tem cura", conta.
A estreia de Cura aconteceria em Londres em 2020, mas a pandemia não permitiu. O adiamento deu ao espetáculo mais um ano de pesquisas, transformações e reflexões. "A pandemia me fez ter certeza de que não era apenas da doença física que eu queria falar. A cura que eu quero não se dá com vacina", afirma Deborah.
Deborah diz que procurou preservar a alegria necessária à vida. Um ingrediente para isso foi a semana que passou em Moçambique durante a preparação, quando conheceu pessoas que não perdiam a vontade de viver, apesar das muitas dificuldades. "Fui procurar a cura e encontrei a alegria", explica a coreógrafa.
Deborah Colker incorporou ao espetáculo referências das três religiões monoteístas e elementos de culturas africanas, indígenas e orientais. Logo no início, conta-se a história de Obaluaê, orixá das doenças e das curas. "A ponte entre fé e ciência me ajudou muito. Fui experimentar o invisível, a sabedoria do invisível", diz.
Numa cerimônia realizada quando da morte do seu pai, Deborah conheceu o rabino Nilton Bonder, autor de A Alma Imoral e muitos outros livros. Ao planejar Cura, decidiu convidá-lo para desenvolver a dramaturgia. Dentre tantas contribuições, ele ressaltou que "pedir é curar", ideia que gerou uma cena. Também apontou que "a grande cura é a morte", o que motivou uma coreografia com dois bailarinos dançando ao som de You Want It Darker, de Leonard Cohen. "O espetáculo apresenta todos os recursos imunitários e humanitários em aliança pela cura. A ciência, a fé, a solidariedade e a ancestralidade são o coquetel de cura do que não tem cura. Concebido antes desta pandemia, o título não é um 'conceito', mas um grito", afirma Bonder.
Carlinhos Brown foi convidado, inicialmente, para compor apenas o tema de Obaluê, mas acabou criando praticamente toda a trilha, inclusive a canção inicial, dos versos "Traga meu sorriso para dentro" e "Sou mais forte do que a minha dor". "A música veio na minha cabeça logo depois da primeira conversa com Deborah. Eu pensei: isso é um chamado, não é uma trilha normal. É um trabalho muito mais profundo do que 'Carlinhos está fazendo uma trilha', diz o músico, que canta em português, ioruba e até em aramaico. Os 14 bailarinos também cantam, em hebraico e em línguas africanas, algo que acontece pela primeira vez nos 29 anos de história da companhia.
Fundador da companhia ao lado de Deborah Colker, o diretor executivo João Elias vê em Cura um passo ainda maior que o dado pela coreógrafa no trabalho anterior, Cão sem plumas (2017), baseado no poema de João Cabral de Melo Neto. "Quando começou a coreografar, Deborah era mais abstrata, formal. Depois, passou a contar histórias, aprimorar dramaturgias. "Cão sem Plumas" já era um espetáculo visceral, emocionante. Cura é ainda mais, mostra um grande amadurecimento", analisa o diretor.
Companheiro de Deborah em toda a trajetória, o cenógrafo e diretor de arte Gringo Cardia é outro que destaca a importância de Cura para a artista. "Deborah era toda ciência. Passou por um crescimento espiritual. Foi conversar com Deus neste espetáculo", afirma Gringo Cardia, que assina as duas rampas que dão aos movimentos dos bailarinos a sensação de desequilíbrio, e as caixas que, entre várias funções, formam um muro. "O muro passa a imagem de um grande obstáculo, mas ele se divide em vários pedaços. Então, é possível atravessá-lo. É como a gente faz nas nossas vidas", diz Gringo.
Nos figurinos de Claudia Kopke - que esteve em Cão sem Plumas - as pernas podem ter estilos bem diferentes, traduzindo o desequilíbrio que é um dos nortes do espetáculo. "Os bailarinos têm as cabeças cobertas, usam balaclavas, mas o final é dourado, de alegria", explica a figurinista.
O iluminador Maneco Quinderé, que só havia trabalhado com a companhia em Vulcão (1994), também criou uma luz fragmentada, como sugerem as ideias de Cura. O final tem brilho, indicando renascimento. "Cada segmento tem suas características, e eles formam um caleidoscópio", diz ele.
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FICHA TÉCNICA
Criação, Coreografia e Direção DEBORAH COLKER
Direção Executiva JOÃO ELIAS
Música CARLINHOS BROWN
Direção de Arte e Cenografia GRINGO CARDIA
Dramaturgia NILTON BONDER
Figurino CLAUDIA KOPKE
Desenho de Luz MANECO QUINDERÉ
Realização JE PRODUÇÕES LTDA
Assessoria de Imprensa: FACTORIA COMUNICAÇÃO.
Duração: 1h15 minutos (sem intervalo)
Classificação: livre
SERVIÇO:
CURA
De quarta à sábado às 20:30
Domingo às 17:00
Quarta, Quintas, Sextas, sábados e domingos
Plateia central - R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia).
Plateia lateral - R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia).
Balcão I - R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia).*
Ponto de Venda, sem taxa de conveniência:
Bilheteria - Teatro Sérgio Cardoso
Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista
Atendimento de terça a sábado das 14h às 19h e vendas para o espetáculo do dia, das 14h até o início do espetáculo.
Telefone para informações: 11 3288-0136
Compras pela internet*: https://www.sympla.com.br/
*compra sujeita a cobrança de taxa de conveniência.
*Teatro Sérgio Cardoso | Sala Nydia Licia | 100% da capacidade | apresentação de comprovante de vacinação obrigatória na entrada
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