by Claudio Erlichman . The production runs from January 26th through May 29th at Teatro Santander.
There is no one who can resist the sound of the trumpet and the vibrant choreography, in the best Bob Fosse style, announcing the famous introduction of the classic "All That Jazz". It is with this sexy spirit with doses of fame, crime, lust and betrayal that CHICAGO, the longest-running American revival musical in the history of Broadway and the West End, arrives in São Paulo for a short season.
The production features actress and singer Emanuelle Araújo, in the role of sarcastic and funny assassin Velma Kelly; Paulo Szot, the only Brazilian to win a Tony Award as the charming and unscrupulous Billy Flynn (a role he currently played on Broadway); and Carol Costa as the "innocent" and surprising Roxie Hart. L. Cândido (as Mary Sunshine), Lilian Valeska (as Mama Morton) and Eduardo Amir (as Amos Hart) complete the main cast.
Existem algumas histórias que nos parecem eternas, cativando sucessivas gerações de espectadores porque, embora maneiras e costumes possam mudar através dos tempos, a natureza humana permanece a mesma. Isto nos traz para Chicago, uma história de crime com moralidade cínica que ecoa nas plateias por quase um século.
Alguns musicais conseguiram fazer parte do imaginário do público durante um longo período de tempo. A Noviça Rebelde foi um filme alemão de 1956, adaptado para os palcos da Broadway em 1959, em 1965 foi para as telas, ganhou o Oscar e durante décadas se tornou o filme de maior bilheteria de todos os tempos, sendo remontado desde então no mundo todo. O mesmo com Violinista No Telhado, que baseado em contos do final do século XIX do escritor Sholem Aleichem, foi adaptado para o cinema iídiche nos anos 1930, como musical para a Broadway em 1964, quando se tornou um fenômeno mundial e o musical de mais tempo em cartaz em sua época, e finalmente para as telas em 1971. Show Boat, O Barco das Ilusões é outro musical que nunca perde o estilo e a Ópera do Malandro de Chico Buarque, de 1978, baseado na Ópera dos Três Vinténs, de Brecht e Weill, de 1928 que por sua vez foi baseada na Ópera do Mendigo, de John Gay, de 1724, é sempre remontada nos palcos nacionais com as mais variadas concepções.
Chicago é um outro caso que parece destinado à longevidade. A produção original para os palcos estreou em dezembro de 1926, perfazendo naquela época respeitáveis 173 apresentações, servindo de base para o filme Pernas Provocantes (Roxie Hart, 1942). Em 1975, John Kander, Fred Ebb e Bob Fosse transformaram-na num musical, estrelando um respeitável trio de astros da Broadway: Gwen Verdon, Chita Rivera e Jerry Orbach. Embora um pouco ofuscado pelo estrondoso fenômeno de A Chorus Line, Chicago foi um sucesso ficando por mais de dois anos em cartaz.
O musical conta a história de Roxie Hart, uma corista casada que mata o seu amante e é salva da prisão pelos esforços histriônicos do engraçadíssimo advogado Billy Flynn. Roxie acaba como uma grande estrela de vaudeville, trabalhando em dupla com uma outra assassina recém libertada da prisão, Velma Kelly. O musical é uma crítica severa a exploração do show business, com objetivos escusos, e um ataque à vulgaridade e a decadência norte-americanas na época. Sua atmosfera lembra muito àquela criada para a Berlim, na alvorada do nazismo, no musical Cabaret, também da dupla Kander & Ebb, e eternizado no cinema por Bob Fosse.
Avancemos agora até o final dos anos 1990, quando estreou uma remontagem do show na Broadway. Quando justamente parecia que o musical estava ficando sem fôlego, a versão para as telas de Chicago (2002, direção de Rob Marshall) era lançada ganhando o Oscar de Melhor Filme do ano. Surpreendentemente aquilo impulsionou a bilheteria da versão teatral e a produção continua firme e forte até hoje, em 2022.
O revival de 1996 de Chicago teve origem na montagem do City Center's Encores. Temos a orquestra sentada no palco (assim como no original, embora em uma plataforma elevada), um cenário único, quase que todo escuro, e os figurinos foram reduzidos a uma seleção de uma linha de sex-shop ou ao catálogo da Victoria's Secret. O conceito original de vaudeville - que aliás fora feito antes no musical Love Life, de Kurt Weill e Alan Jay Lerner -, foi aljado, e a coreografia original de Bob Fosse foi repensada pela mulher que o crítico americano Rex Reed se referia como sendo uma "zumbi estridente", a então musa de Fosse e sua ex-amante, Ann Reinking. Embora estas restrições todas, o resultado se mostrou de grande aprovação: enquanto que na montagem original tínhamos na concepção um musical cabeça, este Chicago vendia atitude e sexo... sobretudo sexo. Estiloso era, mas sem ser de fato uma representação do show originalmente imaginado.
E é esta versão que agora nos chega em São Paulo. Na verdade, uma remontagem, já que em 2004 tivemos uma produção da CIE-Brasil no então Teatro Abril, hoje Renault, encabeçada por Danielle Winits (Velma Kelly), Adriana Garambone (Roxie Hart) e Daniel Boaventura (Billy Flynn). Nesta montagem recém-estreada no Teatro Santander, temos no papel do advogado o inigualável Paulo Szot, único brasileiro a vencer um Prêmio Tony de Melhor Ator em musicais, pela remontagem de South Pacific, em 2008. Ele que acaba de protagonizar este papel na montagem nova-iorquina nos brinda com sua atuação ideal, cheia de charme e carisma, nos entregando um chansonier deleitoso em "Só Importa o Amor", sexy em "Tudo é Mágica" e cheio de humor em "Com a Arma na Mão". Carol Costa sai-se bastante bem conciliando canto, dança e interpretação sem mostrar o mínimo esforço, dando conta da carismática Roxie, e Emanuelle Araújo que praticamente estreia em musicais (antes havia protagonizado Tieta) após uma bem-sucedida carreira de cantora e atriz, está à vontade como a veterana atriz-presidiária Velma Kelly, merecendo atenções futuras. Lucas Cândido como (spoiler alert!) Mary Sunshine está irrepreensivelmente irresistível, e alcança todas as notas altas requeridas de forma impecável enquanto que Eduardo Amir, no papel do marido traído e conformado Amos Hart, poderia jogar mais com seus limites para cair nas graças do público. Lilian Valeska, uma excelente cantora, é de uma elegância tal em cena que meio que padece para se ajustar à reles carcereira Mama Morton o que certamente será corrigido durante a temporada.
Ao meu ver também deveria ser considerada durante a temporada a revisão que a diretora associada Tânia Nardini e o regente Jorge de Godoy deram à reconhecida versão brasileira original de Claudio Botelho, apagando um pouco de seu brilho. Não há muito sentido em não usarem a letra em português "e tudo é jazz", preferindo manter o verso em inglês "and all that jazz", na música "All That Jazz". Ainda, a substituição da palavra "cu" no final de "Educação", tira toda a graça da canção. Em "Meu Bolo Fofo", onde antes ouvíamos "Só faz amar", agora temos "Me ama, sim", começando a frase em pronome átono, dentre outras mudanças que não acrescentaram nada às versões originais da montagem de 2004.
Alberto Venceslau, André Luiz Odin, Estela Ribeiro, Esther Arieiv, Gabriel Malo, Gabriela Germano, Guilherme Pereira, Hellen de Castro, Leo Wagner, Marcelo Vasquez, Mari Rosinski, Mariana Barros, Moira Osório, Nay Fernandes, Rodrigo Garcia, Vitor Loschiavo e Ygor Zago formam o corpo de dançarinos escolhidos a dedo, dando conta das coreografias muito elaboradas e quase impossíveis inspiradas em Bob Fosse, além de terem momentos onde, com desembaraço, participam também com pequenas falas. Com regência do já mencionado Jorge de Godoy, uma orquestra formada por 14 músicos se junta ao elenco de artistas no palco, de forma bem satisfatória.
Sem ser inteiramente apreciada durante a conturbada montagem original, na metade dos anos 1970, o musical Chicago agora é reconhecido como um modelo deste tipo de show na Broadway, graças às remontagens e ao filme já citados. Com um score sensacional, onde não tem uma música que seja mais ou menos boa: todas são excelentes, Chicago permanece como um patrimônio indestrutível. Isto porque se daqui há um meio século os jovens de hoje forem ao teatro assistir uma produção de Chicago constatarão que apesar do tempo ter passado, os personagens do musical e sua atmosfera circense do atual sistema judicial, e até mesmo os bastidores do show business, assim como a natureza humana, simplesmente não mudaram nada!
SERVIÇO:
CHICAGO
CHICAGO é uma produção original com letras de Fred Ebb; música de John Kander; texto de Fred Ebb e Bob Fosse; com Produção Original dirigida e coreografada por Bob Fosse, baseado na peça de Maurine Dallas Watkins. A produção de Nova York tem Walter Bobbie como Diretor; Ann Reinking como Coreógrafa no estilo Bob Fosse; Ken Billington no Desenho de Luz; Rob Fisher como Diretor Vocal; com Adaptação do script por David Thompson; Design Cênico por John Lee Beatty; e Design de Figurinos por William Ivey Long A versão nacional é apresentada pelo Ministério do Turismo, em mais uma coprodução da IMM e EGG Entretenimento, da empresária Stephanie Mayorkis, em associação com Barry & Fran Weissler. Versão brasileira original de Claudio Botelho com revisão de Tânia Nardini e Jorge de Godoy.
Dia: A partir do dia 26 de janeiro de 2022 (conferir no site todas as datas disponíveis)
Horários: Quintas e sextas-feiras, às 21h; sábados, às 17h e 21h; e domingos, às 15h e 19h
Local: Teatro Santander
Endereço: Shopping JK Iguatemi - Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 2041
Classificação etária: Livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Comprovante de Vacinação: De acordo com o decreto municipal n°60.488, de 27 de agosto de 2021, o Teatro Santander pedirá comprovante de vacinação (físico ou virtual) contra a Covid-19 e, para ajudar as pessoas que não possuírem, disponibilizará wi-fi e equipe para auxiliar o download do aplicativo.
QUINTAS-FEIRAS
SETOR |
½ ENTRADA |
INTEIRA |
PREMIUM |
R$160,00 |
R$320,00 |
VIP |
R$150,00 |
R$300,00 |
SUPERIOR |
R$120,00 |
R$240,00 |
FRISA SUPERIOR |
R$120,00 |
R$240,00 |
BALCÃO A |
R$70,00 |
R$140,00 |
BALCÃO B |
R$37,50 |
R$75,00 |
FRISA BALCÃO |
R$37,50 |
R$75,00 |
SEXTAS-FEIRAS, SÁBADOS E DOMINGOS
SETOR |
½ ENTRADA |
INTEIRA |
PREMIUM |
R$170,00 |
R$340,00 |
VIP |
R$160,00 |
R$320,00 |
SUPERIOR |
R$130,00 |
R$260,00 |
FRISA SUPERIOR |
R$130,00 |
R$260,00 |
BALCÃO A |
R$80,00 |
R$160,00 |
BALCÃO B |
R$37,50 |
R$75,00 |
FRISA BALCÃO |
R$37,50 |
R$75,00 |
*Clientes Santander têm 30% de desconto nos ingressos inteiros, limitados a 2 por CPF.
INGRESSOS
Internet (com taxa de conveniência): https://www.sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência:
Atendimento Presencial: Todos os dias 12h às 18h. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.
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