Angels in America is a two-part play by American playwright Tony Kushner which he describes as "A Gay Fantasia on National Themes". The work won numerous awards, including the Pulitzer Prize for Drama, the Tony Award for Best Play, and the Drama Desk Award for Outstanding Play. The play is a complex, often metaphorical, and at times symbolic examination of AIDS and homosexuality in America in the 1980s. Certain major and minor characters are supernatural beings (angels) or deceased persons (ghosts). The play contains multiple roles for several of the actors. Initially and primarily focusing on a gay couple in Manhattan, the play also has several other storylines, some of which occasionally intersect. The two parts of the play are separately presentable and entitled Millennium Approaches and Perestroika, respectively, at Teatro do SESC Vila Mariana.
Celebrada quando estreou na Broadway, em 1991, como um dos espetáculos mais polêmicos já montados nos Estados Unidos, Angels in America é um épico de duas partes e sete horas de Tony Kushner, descrito por ele como "Uma Fantasia Gay sobre Temas Nacionais". Tido como um dos textos mais importantes dos últimos 50 anos Angels in America, na verdade, é composto por duas montagens: O Milênio se Aproxima (parte 1) e Peresytroika (parte 2) que agora estreiam, pela primeira vez no Brasil, na íntegra, no palco do Teatro do SESC Vila Mariana. O texto que recebeu os principais prêmios da dramaturgia americana, como os prestigiados Tony Award, Drama Desk Award e Pulitzer Prize, nos é trazido pela Armazém Companhia de Teatro que segue sua trajetória travando um complexo diálogo criativo com um dos melhores materiais dramatúrgicos da história recente.
Angels in America tem lugar na década de 1980, em Nova York, durante a chamada Era Reagan quando a AIDS assola a cidade como uma espécie de epidemia. Mas Nova York aqui pode ser qualquer um desses lugares densamente povoados, lotados, onde é fácil pensar que a pessoa ao seu lado no metrô ou no elevador, ou mesmo na cama, pode estar do outro lado do mundo. Há uma pressa, uma urgência, nesse ir e vir constante da grande cidade que parece não permitir o tempo estendido de se conectar ao outro. Mas, apesar e por conta disso, as personagens arrebatadas de Tony Kushner - cheias de dor, medo e uma frágil esperança -tentam fazer contato dentro deste abismo.
Na primeira parte, encontramos Louis e Prior e Harper e Joe, dois casais cujas relações estão praticamente terminando: o primeiro por causa do diagnóstico de AIDS de Prior e da incapacidade de Louis de lidar com a doença, o último por causa da homossexualidade de Joe e dos medos e alucinações incessantes de Harper, assim como seu vício em analgésicos. À medida que seguimos os julgamentos destes casais, nos deparamos com um punhado de outros personagens pitorescos, incluindo Roy Cohn, um advogado republicano malévolo, secretamente gay, agente do poder político e mentor de Joe, que está morrendo de AIDS; Belize, a ex-amante de Prior e uma ex-drag queen que está no meio do relacionamento fracassado de Prior e Louis; Hannah, a mãe mórmon de Joe de Sal, e a Angel, uma emanação divina que aparece para Prior como um mensageiro de Deus para informá-lo que "A Grande Obra" está prestes a começar. Usando esses personagens como porta-vozes, Kushner mergulha em temas políticos e intelectuais, ao mesmo tempo em que gera uma história vital e viva, e a povoa com personagens, tanto reais quanto fictícios, aos quais amamos e abominamos.
"É um épico teatral em duas partes. É uma peça especial, imensa, um mergulho no final do século XX, mas que - diante do colapso em que o mundo se encontra hoje - revela uma atualidade esmagadora. Angels in America reflete sobre o mundo ocidental, sobre religiões, política, relações afetivas, sexo, medo da morte, covardia, crueldade, História. Há um sentido de devastação se alastrando por toda a peça. Mas o resultado cênico é um movimento constante, personagens se fazendo vivos por estarem em movimento", comenta o diretor Paulo de Moraes.
"Embora haja um cheiro de realidade permanente, a nossa montagem não é nada realista. Usamos um espaço nu, aberto. E pairando sobre esse espaço aberto, um grande teto branco, uma espécie de asa geométrica, como um anjo pairando sobre a História. Fora isso, usamos pouquíssimos elementos em cena, para que os corpos dos atores sejam determinantes pra narrativa e a imaginação do público seja cúmplice e finalizadora do acontecimento estético", conclui Moraes.
Os ensaios para a versão brasileira de Angels in America começaram em outubro de 2018 e o resultado deste processo é a criação de uma grande peça de teatro, com duração aproximada de 5 horas. A montagem da Armazém Companhia de Teatro será apresentada em dois formatos: como duas peças autônomas, que serão vistas em dias alternados, e como uma grande peça, com as duas partes encenadas juntas, contando com um intervalo entre elas.
Angels in America foi adaptada para a televisão pela HBO em 2003, resultando numa minissérie de sucesso, com um elenco estelar liderado por Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson.
A primeira parte de Angels in America, O Milênio se Aproxima, foi montado em São Paulo, no ano de 1995, sob a direção de Iacov Hillel. No elenco, estavam Cássio Scapin, João Vitti e Rodrigo Santiago, entre outros.
Assisti Angels in America quando estreou na Broadway e seu grande sucesso era surpreendente, lotando diariamente o Walter Kerr Theatre. A peça não era um musical, não era uma comédia e também não era um policial, o que por si só já indicaria um perfil mais adequado a um teatro Off-Broadway ou Off-Off-Broadway. Além disso a peça, com suas sete horas de duração, trata de um tema que não combinava com a leveza e as amenidades de que a Broadway tanto gosta: a peça trata da AIDS.
Acontece que Angels in America é um grande texto e um grande espetáculo. Ao contrário de outras peças sobre AIDS que primavam pela pieguice e pelo oportunismo, a obra de Kushner consegue discutir o tema com muita contundência, tocando fundo na ferida, mas também com muita poesia e humor. Angels in America mistura seres humanos e anjos, personagens vivas e mortas (como Ethel Rosemberg condenada à cadeira elétrica durante o macarthismo), homossexuais e rabinos, esquimós e velhos democratas comunistas. A peça traça um retrato contundente e cruel dos anos oitenta nos Estados Unidos, sobretudo da guinada conservadora durante a Era Reagan. Outro ponto alto do espetáculo são os atores. O elenco pequeno de oito pessoas "dobra" vários personagens. Sem dúvida um espetáculo imperdível.
ANGELS IN AMERICA
de Tony Kushner
Direção: Paulo de Moraes
(próximo ao Metrô Ana Rosa)
Valor do Ingresso: R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (meia) e R$ 9,00 (comerciário)
Importante: Cada sessão será vendida de maneira independente. Quem assistir no sábado terá de comprar 2 ingressos, 1 para a parte 1 e outro para a parte 2.
Vendas na bilheteria ou pelo site https://www.sescsp.org.br
Capacidade de Público: 400 pessoas
Duração: Aproximadamente 150 minutos, cada parte.
Classificação Indicativa: 16 anos (cenas de nudez, simulação de sexo e palavrões)
Gênero: Drama
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