Criado em Lyon no início do século XIX por um famoso marionetista francês, Guinhol (em francês, Guignol) tornou-se tão ou mais popular que Polichinelo, herói da commedia dell’arte que, em Portugal, teve o seu congénere chamado Dom Roberto. Herdeiro da Revolução Francesa, Guinhol é um herói autenticamente popular, uma voz do povo, criada por este para dizer na rua o que não se dizia no teatro que se representava à porta fechada dentro de uma sala. A sua popularidade e liberdades discursivas fizeram nascer em França uma verdadeira literatura de teatro de marionetas, que até hoje desafia os poderes e as convenções. Neste espectáculo, Guinhol é o criado tagarela (e também a cobaia) de um alquimista que procura a glória a todo o custo.