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THE WILD PARTY Opens in Brazil

By: Jul. 03, 2010
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A VERSION OF Joseph Moncure March WORK OPENS IN BRAZIL WITH AN ORIGINAL SCORE BY BRAZILIAN COMPOSERS RONALDO DAL'BIANCO AND JERÔNIMO MENEZES.

A TAP7 Produções Artísticas estreará no próximo dia 16 de julho o musical Festa Selvagem na Era do Jazz, baseado no poema "cult" The Wild Party de Joseph Moncure March, de 1928, que no início desta década ganhou duas montagens distintas em Nova Iorque (uma na Broadway e outra na Off-Broadway). O Musical tem direção artística e dramaturgia de Paulo Afonso de Lima, cujo último trabalho foi Tango, Bolero e Chá-chá-chá (em cartaz), e direção de produção de Ronaldo Dal'Bianco, também compositor das músicas, juntamente com Jerônimo Menezes.

A decadência dos Estados Unidos às vésperas da Grande Depressão é o pano de fundo da narrativa de Festa Selvagem na Era do Jazz. A primeira edição da obra original foi recolhida das livrarias e banida de todas as bibliotecas, devido ao perfil comportamental dos personagens e à decadência dos valores norte-americanos impiedosamente retratados. Somente após a Segunda Guerra, o poema de March foi reconhecido por toda uma intelectualidade americana e se tornou objeto de estudo indispensável à compreensão da sociedade da época.

O palco do teatro de vaudeville, gênero de entretenimento popular americano e que, naquela época, começava a ser contaminado pelas "licenças estéticas" do teatro chamado burlesco (um equivalente do nosso Teatro de Revistas) serve de moldura, ao som do "Ragtime" e do "Quickstep", à exposição de tipos distintos e bizarros, de diversas classes sociais. Mas o que retratou de fato Joseph M. March em sua controvertida obra? Os protagonistas são Queenie, uma dançarina de terceira, e Burrs, um cômico fracassado - casal sem prestígio em sua profissão e que desfruta de uma vida monótona, interrompida apenas pelos rotineiros momentos de agressão conjugal.

Num domingo, dia em que os teatros não funcionam nos Estados Unidos (a maioria das casas de espetáculos americanas até hoje segue esta tradição), mais uma briga costumeira do casal permeia o imundo apartamento onde vivem. A tranquilidade daquela manhã é interrompida por brigas e discussões e até uma tentativa de homicídio. Para tentar consertar seu relacionamento com Burrs e comemorar uma possível reconciliação, Queenie tem a idéia de fazer uma festa.

A iniciativa fracassa, imersa num ambiente povoado de tipos animalescos e amorais, salvo uma exceção entre os convidados: Nadine, uma jovem de 14 anos, irmã mais jovem de Mae, uma das convidadas. A presença de Emannuel Goldberg, empresário de prestígio na Broadway, estimula o exibicionismo exacerbado dos outros artistas presentes. O clímax da festa, a esta altura recheada de vulgaridades, se dá com a chegada de Kate, melhor amiga de Queenie, e Black, seu novo namorado. Então, o álcool se torna o combustível de atos absurdamente inconsequentes e irreversíveis.

March, assim, profetiza - um ano antes - o impacto provocado pelas consequencias da queda da Bolsa de Nova Iorque em 1929, quando os Estados Unidos mergulharam num mar inescrupuloso de crimes e miséria. Talvez esse seu "Wild Party" seja o símbolo da última festa de um período que se estendeu por muito tempo

"The Wild Party", além dos musicais norte-americanos mencionados, serviu de inspiração para outras obras como o filme de James Ivory com o mesmo título, além de peças jazzísticas e espetáculos de dança.

POR QUÊ UM "THE WILD PARTY" BRASILEIRO?

Por Paulo Afonso de Lima (diretor)

Conheci THE WILD PARTY precisamente no ano de 2002. A Universidade de Boston, onde eu me encontrava para realizar uma conferência sobre o Teatro Musical Brasileiro depois da metade do século 20, realizou com alunos do último período uma montagem da versão de Andrew Lippa, apresentada pela primeira vez no Manhattan Theatre Club, na Off-Broadway. Fiquei fascinado com o material e procurei imediatamente comprar um exemplar do poema de Joseph Moncure March. Tive sorte pois as livrarias de Boston tinham muitos exemplares dele. A partir daí minha "wildpartymania" aumentou. Estava diante de uma obra prima que clamava por ganhar vida num palco e compreendi o porquê de, além de Lippa, dois outros respeitáveis homens de teatro, o compositor Michael John LaChiusa e o aclamado diretor George C. Wolfe (que levou aos palcos ANGELS IN AMERICA) tinham transformado na Broadway THE WILD PARTY em um musical. Então a idéia de materializar o poema de March num palco brasileiro nunca mais me abandonou. Nem mesmo a descoberta de um filme infeliz na carreira do grande James Ivory - onde a obra original foi adulterada de modo irresponsável - me desanimou.

O primeiro passo dessa conquista foi realizar na Casa das Artes de Laranjeiras, onde sou professor, uma versão "mista" de THE WILD PARTY, misturando as versões de Lippa com as de George C. Wolfe e LaChiusa, exercício que a meu ver foi muito bem sucedido. Eu imaginei então que meu "romance" com THE WILD PARTY tinha se resolvido ali, da melhor maneira possível e ponto final.

No ano passado, Ronaldo Dal'Bianco e eu decidimos montar um grande musical da Broadway. Escolhemos um clássico lendário e eu imediatamente consultei meu amigo Cláudio Botelho para que ele desse sua opinião sobre o projeto. Cláudio se entusiasmou e, para meu deleite e surpresa, se ofereceu para traduzir e fazer as versões de toda a obra. Mas, pelos nossos cálculos, devido às implicações que uma produção de tamanho porte nos exigiria, antes de 2012 não seria possível concretizá-la. Claro, não abandonamos este grande projeto que continua firme e sólido, caminhando com nossas outras atividades. Então, Ronaldo me sugeriu montar agora THE WILD PARTY. E a chama se reacendeu, de uma forma mais intensa: "Por que não um THE WILD PARTY brasileiro, onde eu possa mergulhar com um grupo de pessoas num trabalho pessoal, sem ficar preso a qualquer uma das versões anteriores e tenha total controle sobre o que mudar, o que acrescentar, enfim, ser absolutamente fiel ao poema de March, mas com uma visão estritamente pessoal?"

Nascia ali FESTA SELVAGEM NA ERA DO JAZZ, com uma adaptação brasileira e compositores (Ronaldo Dal'Bianco e Jerônimo Menezes) do Brasil. Muitos perguntam se a opção por uma versão diferente das norte-americanas tinha algo a ver com a falta de patrocínio (uma realidade que nossa produção está enfrentando de forma quixotesca e admirável). E eu os respondo da forma mais honesta possível: o que me levou a ficar preso esses anos todos a essa obra foi o fato de que, se eu o montasse no Brasil, o faria do meu ponto de vista, com total liberdade para excluir personagens supérfluos, situações repetitivas e que, principalmente, fosse mais fiel à obra original que considero uma obra prima - infelizmente ainda desconhecida entre nós. Admiro profundamente as versões de Lippa, de LaChiusa, da Rose Kay Dance Company da Inglaterra (que também utilizou uma partitura especialmente composta) e até mesmo uma adaptação para teatro de sombras realizada de forma admirável pela Shadowlights Productions, companhia sediada em São Francisco. Mas sonhos são sonhos. E eu, agora depois de tantos anos, estou realizando o meu. Quando vejo os atores em nossa sala de ensaios (onde o cenário que vai para o palco do Ipanema foi montado), a coreografia de Adriana Bandeira, a música de Jerônimo e Ronaldo e os meticulosos e irrepreensíveis figurinos dessa grande artista que é Mary Martini, sei que todos estão, incansavelmente, sonhando comigo.

Serviço:

Festa Selvagem na Era do Jazz
Rio de Janeiro - 16 anos
Dramaturgia e direção: Paulo Afonso de Lima
Músicas: Jerônimo Menezes e Ronaldo Dal'Bianco
Coreografias: Adriana Bandeira
Elenco: Ronaldo Dal'Bianco, Simone Rosa, Daniela Schmitz e outros.
Capacidade do Teatro: 245 lugares
Teatro Ipanema, rua Prudente de Moraes, 824, Ipanema. Tel. 2523-9794
Contato para Grupos: 2541-2852 / 8798-6852
Vendas online: www.ingresso.com

ESTREIA OFICIAL: 16 DE JULHO DE 2010
TEMPORADA: 16 de JULHO a 29 de AGOSTO
Sextas, às 21:30hs - 50,00 (inteira) - 25,00 (meia)
Sábados 21:30hs - 60,00 (inteira) - 30,00 (meia)
Domingos às 20:30hs - 60,00 (inteira) - 30,00 (meia)

PRÉ-ESTREIAS - 09, 10 e 11 de JULHO - A PREÇOS PROMOCIONAIS
Sexta e sábado às 21:30hs, domingo às 20:30hs
Nesses dias, preço promocional de R$20,00 (inteira), R$10,00 (meia-entrada)

 

 



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