RONALDO DAL'BIANCO: New Faces of Brazilian Musical Theatre - Part 1

O site brazil.broadwayworld.com inicia com o ator e cantor Ronaldo Dal'Bianco uma série de artigos em que a nova geração de talentos, a partir de agora, juntamente com nossas entrevistas usuais com nomes já firmados no panorama do nosso teatro musical, vão ganhar também o seu espaço.

BWW- Ronaldo, voce é o primeiro entrevistado nesse segmento do site brazil.broadwayworld.com, que regularmente vai divulgar junto ao leitores aqueles que começam a despontar no cenário do teatro musical que se faz no Brasil. Nos conte um pouco da sua história de vida e de sua formação.

Ronaldo - Primeiramente, vale frisar que recebi com imenso prazer o convite para essa entrevista, principalmente pelo fato de ser o primeiro do segmento citado. Bom, minha história começa em Minas Gerais, onde nasci, na cidade de Juiz de Fora, quando, aos 7 anos de idade, tive minha iniciação musical no Conservatório Estadual. Da infância ao final da adolescência, passei por todo o estudo teórico musical, bem como pelo aprendizado de vários instrumentos, mas resolvi permanecer e me dedicar ao piano que é, até hoje, uma de minhas paixões. Aos 18 anos, entrei para um dos mais conceituados Grupos Vocais de Juiz de Fora, o Coral Sesiminas. Durante os quase 8 anos em que fiz parte do grupo, excursionamos para várias cidades brasileiras, com apresentações somente vocais e algumas também teatralizadas. Ainda com esse coro, participei da primeira montagem da Ópera O MENINO MALUQUINHO em Juiz de Fora, de Ernani Aguiar, sob a direção de Karen Acioly. Uma vez decidido a seguir nas artes dramáticas, me mudei para o Rio de Janeiro aos 24 anos. Assim, abandonei a faculdade de Direito pela metade e me matriculei na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), onde me formei. Paralelamente à minha permanência na escola, fiz (e ainda faço) aulas particulares de canto com Marcelo Nogueira, já tendo, antes, passado pelas mãos de Babaya (em Barbacena, junto com o Grupo Ponto de Partida) e Marconi Araújo (em Cursos de Verão em Juiz de Fora, promovido pela Scala Escola de Música).

BWW - Ainda na escola de teatro, você teve o seu primeiro contato com um espetáculo musical THE WILD PARTY. Foi alí que você se apaixonou pelo gênero e decidiu que o teatro musical seria parte integrante da sua vida? Além desse musical, há outros musicais realizados fora da CAL?

Ronaldo- Na CAL passei por diversos processo diferentes, todos eles muito compensadores. Foram seis montagens: "Os Fuzis da Senhora Carrar", de Brecht, e "O Tempo e os Conways", de J.B.Priestley, ambos com direção de Renato Icarahy; "A Caixa Preta de Medéia", sob a direção de Celina Sodré; "The Wild Party", sob a direção de Paulo Afonso de Lima; "Mephisto", sob a direção de Ole Erdman e, por fim a formatura com o espetáculo "451", sob a direção de Felipe Vidal. Não tenho dúvidas quanto a minha montagem favorita: THE WILD PARTY realmente me fez ter a certeza de que eu precisava fazer aquilo pro resto da vida. Sentia um imenso prazer de em cena. Tudo era, antes de um sério compromisso profissional, uma grande diversão para mim. Certamente é um trabalho que ficará marcado. Mas bem antes desse trabalho, posso dizer que o musical que me despertou o maior interesse foi "Cristal Bacharach" do Charles Möeller e do Cláudio Botelho. Assisti a esse espetaculo três vezes. A partir dali, nunca mais perdi nenhum outro trabalho da dupla. E nessa época eu nem morava no Rio de Janeiro ainda. Mesmo assim, fazia (e ainda faço, sendo que hoje é mais fácil) todos os esforços para não perder absolutamente nenhum musical em cartaz, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo. Bom, saindo da CAL, fiz dois outros musicais: "Gardel - O Musical de Tangos", onde fui o protagonista, vivendo o papel de Carlos Gardel, e "Piazzolla, Tango e Paixão", onde interpretei três canções: um blues e dois tangos.

BWW - Sabemos que muito em breve você estará na televisão e nas telas dos cinemas, já que participará de uma superprodução musical dirigida por um dos mais famosos diretores cinematográficos do mundo (não brasileiro). Sei que o segredo é a alma do negócio, mas você nos poderia dar alguma pista sobre este filme? É um musical? Vai ser rodado no Brasil?

Ronaldo- Realmente, o segredo é a alma do negócio. E, mesmo se não fosse, não estou autorizado a falar em nomes. Mas posso adiantar que será sim um grande musical, rodado no Brasil (principalmente no Rio de Janeiro) e, possivelmente, também em Nova Iorque. O diretor é um dos mais premiados do gênero, internacionalmente. E sobre o que se trata, digamos que uma grande conquista do Brasil em 2009 levou à ideia de se levar adiante este projeto, a fim de divulgar ainda mais o país e suas belezas no mundo inteiro. Acho que ficou fácil, não? Mais do que isso, realmente não posso dizer. Em breve, todos saberão.

BWW - E o teatro, como fica depois disso? Sei que está em negociações para produzir e atuar em um dos mais cultuados musicais da Broadway, considerado um verdadeiro clássico. Já pode nos adiantar qual musical é esse ou não?

Ronaldo- O teatro permanecerá sempre nos meus planos, não será abandonado. Sobre o musical que vou produzir e atuar, não posso dizer o nome enquanto não estiver com as negociações que envolvem os direitos de montagem devidamente concluídas. A equipe não poderia ser melhor. Estou muito feliz com aqueles que estão acreditando e se envolvendo no trabalho. A obra já foi filmada por Hollywood na década de 50 e nas ultimas décadas foi tambem remontada na Broadway. Acredito que no segundo semestre desse ano já poderei divulgar.

BWW - Quantos segredos, Ronaldo! Uma última pergunta: antes desses projetos grandiosos (o filme, o musical e também a televisão) você está aberto a convites de outros produtores?

Ronaldo- Estou aberto a convites sim, tudo é conversado. Nada verdade cada um desses projetos está em uma fase diferente e, devido à altissima complexidade de todos, naturalmente demoram um pouco a se concretizar. Tudo que envolve contatos, contratos e muitas reuniões no Brasil e no exterior, envolvendo um grande número de profissionais (agora já estou me referindo ao filme) é de fato muito difícil.

BWW - E enquanto essas coisas não acontecem você tem outros planos?

Ronaldo - Estreio muito em breve um musical de menor porte, que contará (e cantará) um pouco da história do Jazz e do Blues, ou seja, uma espécie de colagem da música popular norte-americana. E em abril estarei no palco interpretando Jean Valjean em "Os Miseráveis",uma adaptação dramática com roteiro do dramaturgo francês Guy Laforet. E ainda nesse semestre participarei de um grande evento musical no HSBC em São Paulo.

Mais informações sobre Ronaldo Dal´Bianco no site: www.ronaldodalbianco.com

 

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