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BWW Reviews: HAIR- The Sun Shines in Rio

By: Nov. 08, 2010
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(Foto de Leo Ladeira)

O que poderia escrever um crítico de arte estando cara a cara com a MONALISA no Museu do Louvre? E um crítico literário analisando os defeitos e as qualidades de OS MAIAS de Eça de Queiroz? Um crítico de música teria como criticar a NONA de Bethoven? Pois é. Seria muita pretensão. Essas divagações associadas à crítica de um espetaculo de Teatro Musical, ou melhor de um musical da Broadway de 40 anos de idade, montado e interpretado por brasileiros em 2010, pode parecer uma GRANDE E DESPROPORCIONAL tolice. Mas não é. O HAIR de Claudio Botelho e Charles Möeller só estreou há dois dias mas, podem acreditar, já entrou para a História. História de uma manifestação teatral ou de uma "preferencia", vamos assim definir o musical, que no Brasil teve uma penosa trajetória para os que faziam de suas vidas uma sacrificada "defesa" (no sentido jurídico da palavra) do genero, argumentando, tentando explicar ao pai, a mãe, aos vizinhos (numa era que INTERNET bem poderia ser o nome esquisito de um inferninho em Copacabana) o "porque" de se amar uma coisa tão descabida, esquisita e "suspeita".Eu, por exemplo, não tenho pejo em dizer, saía muitas vezes da minha casa em Laranjeiras, às quatro da manhã das terças feiras, para esperar ansioso na Banca da General Osório a kombi que trazia, de uma "tacada", o VARIETY e o NEW YORK TIMES de domingo, que ia, num gesto de desmedida alienação todo para o lixo, com excessão é claro do suplemento ARTS & LEISURE que era folheado e refolheado durante por toda a semana. Isso até a proxima madrugada de terça feira chegar. E os Lps? Biblioteca do IBEU!!!! Quantas vezes THE MUSIC MAN, BYE BYE BIRDIE e OLIVER sumiam do grande arquivo cheio de gavetões e as multas à uma simpática bibliotecária, chegavam a abalar o orçamento doméstico. Depois veio a "portinha" de uma loja chamada MODERN SOUND, que era mesmo moderna: vendia,acreditem ou não, musicais da Broadway!!! Nesta época o CD poderia tambem ser o título de uma ópera rock, pois simplesmente não existia em nenhum dicionário (e desconfio, materialmente, no mundo). Tempos mágicos para nós eram aqueles, que seríamos bem capazes de esbofetear uma bisavó se ela ousasse falar mal de MINHA QUERIDA LADY ou de IRMA LA DOUCE.

Mas daqui para a frente tudo será diferente (sem querer plagiar Roberto Carlos). Möeller e Botelho, alem de realizarem obras simplesmente inesquecíveis, estão criando um ser que, nas minhas madrugadas esperando a kombi dos jornais em Ipanema, era pura utopia: O JOVEM BRASILEIRO QUE AMA MUSICAIS!!!! Eles serão os senhores e senhoras de amanhã que estarão discutindo, vendo, revendo e levando seus pais e talvez filhos ao teatro para assistir, por exemplo, FOLLIES de Stephen Sondheim (que se Deus quizer- e ele quer! ) um dia Claudio e Charles haverão de materializar num palco brasileiro. Muitos, com toda certeza, se transformarão em criadores tambem, pois se o musical é esse fenômeno arrebatador e maravilhoso que levou Arthur Azevedo, Chico Buarque e mais recentemente Ed Motta a mergulhar nessa fascinante experiencia, quem pode negar o efeito extraordinário que a influencia da disciplina e talento da dupla vão exercer nessas moças e rapazes que há anos os acompanham e os respeitam? Mesmo os mais velhos: duvido que tenham agora a coragem que tiveram na adolescencia, de dar risinhos de escarnio e ao mesmo tempo de enfado, quando Natalie Wood na tela do Cinema Vitória, debruçada no corpo do Tony em West Side Story, chorou e para espanto de todos não falou: cantou. Não ! Essas pessoas estão preocupadas, graças a Deus, hoje em dia em adivinhar qual vai se o musical MB que vai estrear brevemente.

Em tempo: precisamos não esquecer que isso é uma crítica. Bem, mas o que dizer, falar ou escrever desse HAIR absoluto e indiscutível? Que é o espetáculo da década que praticamente nos proximos dias se acaba? É pouco. É muito pouco. HAIR é muito mais do que isso. Das versões irrepreensíveis de Botelho, à concepção brilhante de Möeller, ao trabalho de uma equipe tecnica simplesmente perfeita (cenários magnificos de Rogério Falcão, figurinos maduros e ao mesmo tempo encantadores de Marcelo Pies, direção musical e fabulosos e inesperados arranjos musicais de Marcelo Castro, iluminação que é pura magia de Paulo Cesar Medeiros e da coreografia vigorosa e arrebatadora de Alonso Barros), HAIR nos encara com os olhos harmoniosos daquela Monalisa do Louvre, nos envolvendo em amor, musica e TEATRO como há muito tempo não se via.

Parece incrível mas HAIR não é apenas um importante fenomeno teatral dos anos sessenta pois agora, quem diria, no Brasil, ganhou a posteridade, com a mesma força e a grandiosidade de uma opera de Britten.

Deus abençoe ao fabuloso e contagiante elenco.

Deus abençoe tambem aos nossos Reis dos Musicais para que eles continuem esse projeto maravilhoso de vida.Obrigado em nome daqueles que ainda se arrepiam ouvindo "Oh, What a Beautiful Morning" ou "Let the Sunshine in". Obrigado. Muito obrigado do fundo das minhas lembranças e do meu coração.

 

 

NOSSOS AGRADECIMENTOS A LEO LADEIRA E AO SITE MÖELLER E BOTELHO.

A EQUIPE DE CRIAÇÃO:

LIBRETO E LETRAS
Gerome Ragni
James Rado

MÚSICA
Galt MacDermot

VERSÃO BRASILEIRA
Claudio Botelho

DIREÇÃO
Charles Möeller

DIREÇÃO MUSICAL
Marcelo Castro

COREOGRAFIA
Alonso Barros

CENÁRIO
Rogério Falcão

FIGURINOS
Marcelo Pies

ILUMINAÇÃO
Paulo Cesar Medeiros

DESIGN DE SOM
Marcelo Claret

VISAGISMO
Dudu Meckelburg

COORDENAÇÃO ARTÍSTICA
Tina Salles

CASTING
Marcela Altberg

PRODUÇÃO EXECUTIVA
Aniela Jordan e Luiz Calainho 

ELENCO:

Hugo Bonemer (Claude)
Igor Rickli (Berger)
Carol Puntel (Sheila)
Letícia Colin (Jeanie)
Marcel Octavio (Woof)
Reynaldo Machado (Hud)
Tatih Köhler (Crissy)
Karin Hils (Dionne)
Danilo Timm (Margaret Mead / Tribo)
Fernando Rocha (Pai de Claude / Tribo)
Bruna Guerin (Mãe de Claude / Tribo)
Conrado Helt (Hubert / Tribo)

Tribo:

Aline Wirley
César Mello
Cássia Raquel
Ditto Leite
Emerson Espindola
Esdras de Lucia
Felipe Magga
Jana Amorim
Janaina Lince
Julia Gorman
Kotoe Karasawa
Luana Zenun
Lu Bollina
Marcelo Pires
Mariana Gallindo
Pedro Caetano
Renan Mattos
Sergio Dalcin

SERVIÇO

Temporada de 5 de novembro a 19 de dezembro

Teatro Oi Casa Grande
Av. Afrânio de Mello Franco, 290 ? Leblon.
Tel:  (21) 2511- 0800
Quintas e sextas, às 21h.

Sábados, às 18h e 21h30.

Domingos, às 19h.

Preços:

Quintas e sextas
Camarote R$ 120
Plateia Vip R$ 120
Plateia Setor 1 R$ 100
Balcão Setor 2 R$ 80
Balcão Setor 3 R$ 40

Sábados e domingos
Camarote R$ 150
Plateia Vip R$ 150
Plateia Setor 1 R$ 120
Balcão Setor 2 R$ 100
Balcão Setor 3 R$ 60

Horários da Bilheteria:
Terça e quarta das 15h às 20h, quinta e sexta 15h às 21h, sábados 12h às 21h30, domingos 12h às 19h

 



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